Que tal um cineminha!

Lúcio Cesar Menezes

(texto escrito após delicada enfermidade vivida pela Mirinha, 2004/5)

Estou escrevendo já na gostosa expectativa de ir ao cinema com a minha esposa. Pode parecer um programa muito simples, sem maiores encantos, mas é uma das primeiras oportunidades de sairmos juntos nos últimos 8 meses. Uma vitória e tanto.

Vamos conversar, namorar, rir e nos divertir, tomar refrigerante e comer pipoca. Vamos recuperar momentos de alegria e de comunhão.

Será uma aproximação diferente da que experimentamos na dor, na incerteza da cura e nas lutas pelas quais passamos.

Será mais uma oportunidade para valorizar as coisas simples da vida, o prazer de ter alguém com quem compartilhar sonhos e frustrações, andar de mãos dadas sentindo a vida de um se ligando na vida do outro.

Nossos olhares se encontrarão para transmitir o prazer de estarmos juntos, uma paixão que se reacende e se recicla para uma nova fase da vida. Lembranças surgirão e nos alegraremos em tudo que Deus tem feito em nosso favor na última década.

Aliás, cabe aqui uma observação. Os momentos mais difíceis cobram seu preço e é fundamental investir numa poupança emocional que possa suprir os tempos de escassez. Namorar é uma das melhores formas de abastecer e nutrir o relacionamento, armazenando-se alimento para dias mais duros.

Aproveitem os dias bons para investir na relação, apoiar um ao outro, elogiar, namorar, valorizar-se reciprocamente. Assim haverá suporte para superar os dias difíceis.

As crianças ficarão em casa. Já sabem que o dia do namoro do papai e da mamãe voltou a funcionar.

Já está tudo combinado e é só esperar o dia passar. O filme é apenas um detalhe, ainda nem sei o que vamos ver, afinal, o escurinho do cinema promete!

 

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