Nada de provocações!

por Lúcio Menezes

“Nós não devemos ser orgulhosos, nem provocar ninguém, nem ter inveja uns dos outros.” Gal. 5:26 (NTLH)

homem irritadoExistem muitos comportamentos que comprometem a qualidade do relacionamento familiar. Um deles é a provocação! A vontade de tirar o outro do sério, irritar, enervar, contribuir para o descontrole e para a perturbação da outra pessoa.
Evitar essa atitude encontra recomendação clara no verso acima. Não devemos provocar os outros. Há muitas formas de provocar alguém até a irritação.
Uns se utilizam do sarcasmo e da ironia. Desfazem de tudo, desprezam todos, mostram-se sempre céticos diante das posições dos outros. Não levam nada com seriedade e estão prontos para desvalorizar qualquer tentativa de melhorar a relação. Usam piadas infames, gozações, palavras de duplo sentido para desvirtuar a conversa e evitar um diálogo profundo e mais sério.
Outros preferem o silêncio. Ignoram o que você diz, fazem-se de desentendidos. Mostram-se superiores a você, não tendo tempo a perder com banalidades! Recusam-se a sair de seu pedestal, mostrando que estão em “outro nível”.
Há quem prefira agir – gostam de picuinhas. Fazem coisas com o intuito de contrariar, aborrecer, amolar. Se o outro gosta de dormir até mais tarde, levantam cedo e, de pirraça, fazem barulho e abrem janelas. Se ela gosta de esporte, ele faz tudo para dificultar. Se ele gosta de suco, ela faz café! O prazer está em ver o outro contrariado, chateado.
Misericórdia! Será que você conhece algum casal ou alguma família em que o padrão seja esse? Eu desejaria que a admoestação bíblica não fosse aplicável, mas sei (e você também) que a situação é mais comum do que deveria ser!
Mais grave ainda, lembro que já fui ator de situações assim – provocando esposa ou filhos sem levar em conta a seriedade do fato. Não sei se você já passou por isso, mas lembro bem dos prejuízos para minha relação familiar. Lembro do clima ruim que ficou em casa, só restaurado e limpo após o pedido de perdão. Lembro das lágrimas que caíram, do choro e sofrimento desnecessários. Lembro da sensação de tristeza que antecedeu o arrependimento pelas palavras ou pelos atos impensados, grosseiros ou irritantes. Como eu gostaria de ter pensado antes de falar, de ter controlado minhas palavras e minhas ações!
Lembro, ainda, que em muitas das situações eu estava certo de que estava certo! É, agi baseado em uma justa indignação! Mas, mesmo quando eu estava realmente certo, não havia necessidade ou justificativa para agredir, para ofender, para provocar, para irritar as pessoas a quem mais amo. Não lembro de nenhuma vantagem em tripudiar sobre os outros, especialmente sobre minha família.
Não devemos provocar ninguém, muito menos os que estão mais próximos de nós. Ao contrário, devemos ser motivados a construir um ambiente de alegria, de festa, onde o prazer de estar juntos supera as piores dificuldades da vida.
Um lugar onde nos refugiamos do estresse do trabalho, de chefes tiranos ou injustos, de amigos falsos. Onde nos protegemos de ofensas, de calúnias e de fofocas maldosas.
Um lar onde os filhos gostam de estar. Um lar onde eles encontram compreensão, apoio, atenção, cuidado e amor. Lugar onde podem se refugiar e buscar forças para evitar sucumbir às tentações de más companhias. Lugar melhor que turmas de pichadores, galeras, gangues de quadras, drogas, álcool, violência e mais violência.
Um lar que dê uma perspectiva de futuro, uma esperança de vida melhor, de crescimento. Um lar que possa ajudar a produzir um cidadão honesto, trabalhador, capaz de respeitar os direitos dos outros e cumprir com seus deveres.
Nem sempre conseguimos que nossa família esteja livre de provocações, pois não há qualquer dúvida que temos falhas e fraquezas. Mas o importante é não desistir. Dos erros e fracassos podemos selecior os ensinamentos para viver melhor o dia de hoje.
Injustificável é continuar agindo de uma forma que só traz prejuízo para todos. Se você percebe que a provocação existe em algum dos seus relacionamentos, a hora de romper o ciclo é agora.